segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

The smile of each morning.

Alvora, e mais um dia insiste em me acordar.
Para quê? para escutar os mesmos clichês de sempre talvez...
Saio na rua e antes mesmo de dobrar a esquina já tem alguém tentando me vender alguma coisa, seja um empréstimo consignado, cartões de créditos ou de qualquer outra loja, cursos, tratamentos odontológicos, vejo anúncios em parabrisa de carro, recebo panfletos e um deles traz o seguinte "JOGA-SE BÚZIOS, TRAGO A PESSOA AMADA EM ATÉ 7 DIAS" e qualquer outra merda!
Sempre tem alguém tentando nós comprar, sempre tem alguém tentando vender a resolução dos nossos problemas já percebeu isso? eu já...
Nas ruas da cidade há o mesmo caos de sempre você sabe, barulho, carro, poluição, engarrafamento!
Sem contar essa tal guerra urbana que parece crescer a cada dia que se passa, pessoas correm amedrontadas das grandes balas de ferro, o noticiário relata que já vencemos mas eu acho que não há vitórias em provocar a dor, talvez sim em evitá-las...
E não diga que isso acontece só aqui, pois em todos os lugares está assim... Acho que estamos em uma verdadeira guerra talvez, onde nunca haverá vencedores.  
É engraçado como as pessoas estão sempre com pressa, correndo e tão alvoroçadas, vão indo e vindo mas nunca ficam em algum lugar, sempre querem chegar em algum lugar, talvez seja por isso que muita gente nessa vida nunca chega há lugar algum.
O cheiro de cigarro paira no ar, cheiro de merda e mijo nas principais vias da metrópole, há poluição em todos os lugares, nuvem no céu, mesmo estando tão acima não fica impune disso aqui.
Podridão...
Falta emprego aqui, isso vai faltar sempre...
Falta comida aqui e até mesmo água, falta afeto* grande corporação, pequena corporação.
ATRAÇÃO, BEIJO AMOR...
Falta até as chamadas "boas maneiras" um "bom dia", "obrigado", "como você está?" isso também vai faltar sempre...
Sempre tem alguém tentando nós comprar ou tentando nós vender, sempre vai ter...
Mas nunca existe um rosto...
A placa de aluga-se, procura-se, vende-se na esquina.
Tudo cresce mesmo amontoando, a árvore poderia crescer ali, se ali fosse gramado, não cresce!
Cresce concreto invés disso, escorre feito lama, por tudo quanto é canto.
Cinza para tudo quanto é lado, asfalto, concreto, plástico, metal, rostos enrugados, ninguém sorrindo, todos  preocupados e correndo para algum lugar, todos querendo chegar em algum lugar, mas nunca chegam...
Um desespero de leve de pensar nisso tudo e não ter para onde fugir porque só existe esse mundo aqui...
É... quase não dá pra ver beleza no meio de tudo isso.

 

Quase... = )

9 comentários:

  1. "todos querendo chegar em algum lugar, mas nunca chegam... "

    Vivemos em função de uma pequena ferrementa de engrenagens chamada relógio.

    Otímo post...
    o mais impressionante é saber q fala de amor

    este mundo está putrefato.

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  2. Muito bom teu post Claudio havia tempo que você não escrevia algo assim parabéns!

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  3. "talvez seja por isso que muita gente nessa vida nunca chega há lugar algum"

    Pessoas não conseguem enxergar o tem agora, só visam o que podem alcançar e contam com isso sem ao menos viver o seu presente, correm para algo que é incerto.

    Algumas até falam "bom dia" e "como vai?" ,mas como obrigação ou até educação e não por realmente se preocupar com o próximo, é daí que surge o despreendimento social entre eles.

    Vivemos em um caos urbano e poucos notam.

    ÓTIMO post Cláudio, sério mesmo, como tanto outros. Parabéns

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  4. Sobre o que o texto fala afinal sobre o caos urbano ou sobre o amor como estão comentando ai?

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  5. Acredito que a mágica da leitura, é que dentro de um único texto, existem diversas possibilidades de interpretação. Parabéns Claudio ótimo texto, estava esperando você atualizar pra poder postar também. Se cuida.

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  6. "Sempre tem alguém tentando nos comprar, sempre tem alguém tentando vender a resolução dos nossos problemas já percebeu isso? eu já..."

    Como se fosse possivel comprar a resolução dos nossos problemas... Se elas não vierem por nós mesmos, os problemas continuarão ali... inertes, a nos atormentar.
    Parabéns Claudio, como sempre escrevendo muito bem!

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